Page 19 - Hogar o Indomável
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Hogar, o indomável

               Hogar extraiu a miniatura dos confins de um baú e
            mostrou ao nativo, que emitiu um grito agudo.

               — Era esse barco nefasto! Só que grande!
               — Dracar. A coisa que eu e os tapados que estavam

            comigo usamos para nos perder por aqui. Barco esguio,
            meio agourento, com escudos pendurados nas laterais
            e uma ou outra cabeça falsa disposta no mastro, pra garantir
            efeito dramático. Foi isso que te aterrorizou tanto?

               Sombrio, o nativo negou com a cabeça.

               — O que me apavorou foi a coisa que saltou do barco. Aquilo
            estava longe de ser humano. Um m-monstro tal qual nunca vi.
            Baixo, cabeludo e fedorento.

               Hogar ergueu uma sobrancelha.
               — E daí? Eu sou baixo, cabeludo, fedorento e não-humano.

            O pacote completo da esquisitice — disse. — Daí o nome a-não.
            É o que dizem quando chego numa festa.

               — E os ubambés o temem. Mas você não chega aos pés da-
            quela  criatura enlouquecida.  Ela  me  golpeou  diversas vezes
            sem permitir que eu sequer sacasse o tacape, depois me atirou
            a alguns metros de distância e partiu para dentro da floresta,
            berrado um nome.

               — Ah, é? Qual nome?

               — Hogaaaaaaaaaar.

               Tanto o nativo quanto o anão olharam para a porta, que ex-
            plodiu.

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